Bolsa aplaude regresso de Portugal ao mercado

Impulsionado pelo regresso de Portugal ao mercado de dívida, o PSI 20 fechou em forte alta num dia negativo para as bolsas europeias.
O principal índice português apreciou 1,06% para 6.337,59 pontos, com a banca, o sector mais exposto ao risco soberano, a mostrar o melhor desempenho.

O regresso de Portugal ao mercado primário de dívida de médio prazo ajudou à quinta valorização consecutiva do BCP. Os títulos do banco liderado por Nuno Amado foram uma das estrelas da sessão, ao dispararem 7,48% para os 0,11 euros.

O bom desempenho do BCP foi acompanhado pelos outros títulos financeiros da praça nacional: o BPI subiu 1,63% para os 1,31 euros e o BES avançou 4,26% para os 1,15 euros.

"O aliviar da percepção de risco relativamente ao país está a ser positivo para o banco, que foi fortemente penalizado com o risco de Portugal. A partir do momento em que Portugal volta aos mercados, o BCP é o mais beneficiado porque poderá substituir os instrumentos de capital contingente que remuneram o Estado a 9% por obrigações a 5 anos a um custo de 5%", disse ao Económico Pedro Lino, da DIF Broker.

Assim, no mercado secundário de dívida, a percepção de risco por parte dos investidores para absorver dívida pública portuguesa está a descer em todos os prazos. A ‘yield' a cinco anos cai para os 4,886%, enquanto a maturidade a 10 anos desce para os 5,828%.
Entre os ‘pesos pesados' destacam-se as subidas da Jerónimo Martins (1,85%), EDP (+0,34%) e Galp (+ 1,3%). Também a Sonae Industria disparou 11,43%.

Em sentido inverso, a Portugal Telecom recuou 0,92% para os 4,19 euros. A operadora foi hoje multada em 12,9 milhões de euros por violação das regras da concorrência. No entanto a empresa liderada por Zeinal Bava pondera recorrer da multa aplicada por Bruxelas.

Na Europa, os principais índices encerraram no vermelho. O italiano Mib perdeu 0,77%, enquanto o francês CAC desceu 0,4%. Já o espanhol Ibex perdeu 0,22%. Os resultados empresariais continuam a ser o principal foco de atenção dos investidores num altura em que as bolsas do outro lado do Atlântico negoceiam sem tendência definida. Dow Jones e Nasdaq ganham em torno dos 0,3%, mas o S&P 500 cede 0,08%.

Isto depois de o Google ter atingido uma facturação de 50 mil milhões pela primeira vez e dos lucros da IBM terem superado as expectativas. Hoje será a vez da Apple apresentar as contas trimestrais.

Fora do mercado accionista o euro recuava 0,09% para 1,33 dólares e o barril de ‘brent' era transaccionado nos 112,67 dólares, uma queda de 0,22%.

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